
Experiência no Aparelha Luzia
Ficamos cerca de duas horas no local, observando e conversando sobre o ambiente. Na chegada ao evento, observamos que a parte externa do estabelecimento estava com um grande número de pessoas, cerca de 20. Todas estavam conversando em volume médio, bebendo cerveja e interagindo em grupos não muito dispersos, alguns sentados nos bancos que haviam na calçada e outros em pé, sendo todos negros. A rua do Aparelha Luzia era minimamente movimentada, uma rua pequena com pouca iluminação e muitas árvores acompanhando a calçada. Haviam somente residências ao entorno. Excluindo os carros em que fomos ao o evento, havia somente um carro perto do espaço e também uma carroça estacionada. A fachada do bar era de tamanho médio e tinha uma entrada pequena com uma porta que permanecia aberta. Entramos e tivemos a experiência do ambiente.
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Ao entrar, nos dirigimos ao caixa para pedir bebidas e nos misturar melhor ao ambiente, onde a maioria das pessoas estavam conversando e consumindo bebidas. O espaço interno era amplo e o teto não possuía laje. Era apenas revestido com um telhado de alumínio, deixando o pé direito do local alto.
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O espaço contava com dois banheiros unissex nos fundos, uma cozinha caracterizada por uma estética colonial com utensílios de barro e cobre, que era usada tanto para o preparo de alimentos como para a entrega de bebidas mais elaboradas (drinks).
O caixa era pequeno e possuía uma atendente, onde era possível comprar fichas para os pedidos. No caixa, o cardápio era exposto numa lousa que ficava na parede, onde tinha os preços das bebidas e das comidas tradicionais servidas no dia como, por exemplo, porco agridoce que custava 20,00. O preço das bebidas variavam de 4,00 a 20,00, sendo a cerveja, bebidas mais consumida no local, 11,00 reais. As comidas custavam entre 12,00 e 20,00, sendo essas caldo de mandioquinha e caldo agridoce.
Sobre o ambiente interno, possuía uma baixa iluminação, cerca de 5 mesas e cadeiras em estilo colonial, de madeira com alguns detalhes esculpidos nos pés, estando estas dispostas ao longo de uma das paredes principais. O espaço era bem aberto e contava com um mezanino ao fundo, que estava cheio de objetos guardados como cadeiras e esculturas. Possuíam quadros de variados tamanhos dispostos de modo que poderiam ser vistos, instrumentos musicais desmontados como baterias e iluminação direta. A iluminação era de baixa intensidade e colorida, com obras de arte nas paredes, esculturas com iluminação própria, sendo essa iluminação de uma cor diferente da iluminação principal do ambiente. Um pouco mais a frente da entrada era onde ficava o DJ tocando as músicas da noite, na lateral de uma das paredes. A estrutura da pick up não contava com muitos aparelhos eletrônicos, apenas um notebook e caixas de som, que estavam apoiados numa bancada de madeira. Ao redor ficavam um ou dois casais dançando.
As pessoas estavam com diferentes vestes, mas basicamente as roupas tinham detalhes com estética afro. O pano era típico de algumas regiões africanas, e as estampas e cores nas roupas possuíam um certo simbolismo (de acordo com a dona do estabelecimento). Em relação ao comportamento, as pessoas conversavam próximas e dos mais variados assuntos, sorriam e dançavam zouk e dancehall, estilo de música que o DJ da casa tocava. Segundo a dona do estabelecimento, haviam pessoas de variadas sexualidades. Inclusive, a casa tem a proposta de ser um espaço principalmente aberto para a população trans/gay/feminino/negro, população comprovadamente mais oprimida e que mais estão suscetíveis a crimes de caráter violento.


